quinta-feira, 8 de abril de 2010

Os Milagres contra o Amor







O que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses entre os homens, não são milagres, nem poderes, nem demonstrações, nem sinais, nem prodígios, nem coisas extraordinárias, posto que todas essas coisas sempre tenham se manifestado entre todos os povos da terra.


Línguas estranhas, profecias, sonhos e visões, curas, sinais prodigiosos, etc... — estão presentes em todos os registros de quase todos os povos primitivos.


Portanto, o que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses não são fenômenos, mas um único fenômeno: o amor...


Não é o nome de um deus ou de “Deus” é o que faz a diferença, mas exclusivamente o amor...


Onde o diferencial é amor, não importa a cultura, o ambiente religioso, a ignorância, whatever...


Se há amor, aí há Deus...


Se não há amor, pode haver o nome de Deus, as doutrinas de “Deus”, culto a Deus, tudo a Deus — mas não haverá Deus aí...


Milagres sem Deus são comuns...


O incomum é o milagre de Deus...


O sobrenatural não é a marca de Deus...


A marca de Deus é o amor...


O mundo está cheio de milagres e de sobrenatural..., mas vazio de Deus!


Jesus fez muitos milagres, mais milagres do que qualquer outro ser humano...


No entanto, a leitura do Evangelho nos mostra que Jesus faz milagres como um gesto de amor pela fraqueza e pela dor humana, mas não como um recurso da revelação de Deus...


Ao contrário, Jesus denuncia a relação adoecida das multidões com os Seus próprios milagres; e diz: “Não foi por mim e nem pela Palavra que vocês voltaram, mas porque vocês comeram pão de graça”...


Jesus fez e aconteceu... até que “os judeus” começaram a “pedir sinais”...


Então Ele foi diminuindo...


A esta geração não será dado outro sinal senão o do profeta Jonas! — disse Jesus nessa hora.


Milagres do amor curam e não adoecem a alma...


Mas os milagres dos fenômenos, esses matam o espírito...; pois criam fé no milagre e não em Deus, e dão ao que busca o milagre a sensação errada de que o milagre valida a experiência da pessoa com Deus; e não é o caso...


Por isto é que no Evangelho o único milagre a ser sempre celebrado é o da conversão, é o do arrependimento, é o da novidade de vida, é o novo nascimento!...


Ora, esse milagre que o Evangelho busca e celebra, só acontece mediante o amor; pois, sem amor, todo milagre é apenas manifestação de um fenômeno...


Ainda que tudo...” — sem amor nada aproveitará.


O problema é que os crentes, à semelhança dos judeus dos dias de Jesus, buscam sinais, mas não querem a Palavra!


Assim, buscando sinais não crêem no amor e na fé como sinais que superam todos os demais...


Ao final, o que acontece é que um milagreiro lê este meu texto e ri de mim, desse coitado, desse romântico, desse otário, desse bobo que fica aí falando de amor...


Eu, todavia, creio tanto nisto quanto em tudo o mais..., mas quero apenas ser discípulo dos milagres do amor de Deus, e não tenho desejo por nenhum poder que não nasça exclusivamente do amor.



Nele, de Quem aprendi que se não for assim [...] de Deus não é,

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